segunda-feira, 9 de março de 2009

A M A R: A POÉTICA AVASSALADORA DE FLORBELA ESPANCA


Florbela Espanca nunca se encaixou em nenhuma escola literária, alguns teóricos afirmam que ela ela faria parte de uma corrente intitulada neo-romantismo. No entanto, seus versos pungentes são universais.
Em maio de 1915, a poeta portuguesa dá início a Trocando Olhares, um caderno do qual farão parte inúmeros textos em verso e prosa.

O ESPECTRO

Anda um triste fantasma atrás de mim
Segue-me os passos sempre! Aonde eu for,
Lá vai comigo…E é sempre, sempre assim
Como um fiel cão seguindo o seu Senhor!

Tem o verde dos sonhos transcendentes,
A ternura bem roxa das verbenas,
A ironia purpúrea dos poentes,
E tem também a cor das minhas penas!

Ri sempre quando eu choro, e se me deito,
Lá vai ele deitar-se ao pé do leito,
Embora eu lhe suplique:Faz-me a graça

De me deixares uma hora ser feliz!
Deixa-me em paz!…” Mas ele, sempre diz:
“Não te posso deixar, sou a Desgraça!”
(in: Trocando olhares - 28/06/1916)
ASSIM SÃO OS TEXTOS DE FLORBELA ESPANCA...


Um comentário: