segunda-feira, 11 de julho de 2011

SELVAGEM

John William Waterhouse - Ophelia [lying in the meadow] - 1905




Este corpo que se estende
à terra molhada
faz sorrir as dobras
do vestido umedecido.
A face presenteada
por uma funesta lágrima
mira o céu
por um triste sol
aquecido.
O desejo reprimido
crava-se aos dedos
com escárnio
em suplicante análise
das dimensões do túmulo.
Como se pode ser mulher assim?
Telúrica
num sono indolente
num corpo enfermo
em delírio pungente
tentando explicar-se inutilmente
Está morta
atingida por uma doença qualquer
após percorrer seus meandros
após descobrir que ser livre
não basta
e rir dos rumores pedantes
e compreender
a imensidão incalculável
de uma alma ferida
que a arrastou para esta floresta
onde agora seus olhos queimam.
Ora tão sedenta de consolo
dança aos sons
da fúria
segura de sua plenitude
Transfigura-se brevemente
etérea
acariciada pelo ar febril
enlouquecida
a sussurrar uma vontade conturbada
seu corpo
é cor
e gosto
e sons
E não se importa mais
em desconhecer-se
Entrega-se à impiedade
dos ventos,
selvagem.








Poema: Jaqueline Nascimento


sábado, 16 de abril de 2011

U2 emociona público em sua última apresentação no Brasil

Estive presente no último show da banda irlandesa U2 no Brasil, ocorrido no estádio do Morumbi, no dia 13 de abril, na cidade de São Paulo. Gostaria de dividir a experiência com meus amigos e leitores, visto que foi um dia memorável!


Tal momento foi inesquecível não apenas pelo record histórico estabelecido pelo grupo, mas pela emoção proporcionada ao público, diante de clássicos, como Pride, One, Miss Sarajevo, With or Without you, Where the streets have no name, entre tantas outras canções marcantes.


O vocalista Bono Vox, conhecido por fazer da militância uma das marcas registradas do grupo, emocionou a plateia arriscando, em português, frases como "O Brasil não pode parar" e "Dia lindo", em referência à música Beautiful day. O cantor ainda afirmou que, enquanto vão a outros países fazer concertos, no Brasil, a banda vem assistir à plateia, que faz um show a parte. Deixo algumas fotos de meu acervo pessoal, a fim de compartilhar a emoção desse dia com todos aqueles que prestigiam meu blog.


Caso alguém tenha comparecido em algum dos shows (ou, por que não, nos três?) e deseje compartilhar também as suas fotos ou vídeos, basta enviá-los, com o nome completo, para o e-mail Poesia e Caos, e terei o prazer de publicá-las aqui!

fotos Daniel Castro

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Inspirações: Bella Pilar

O trabalho da nova iorquina Bella Pilar é uma mistura de moda e arte. Pessoalmente, devo afirmar que as cores me alegram os sentidos!!!


















quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Rubati: meu primeiro poema em língua italiana

Fabian Perez – The Cortesana of Venice

Voltar para este blog causa uma estranha sensação. Estranha com relação àquilo que perdi. Estranha porque pareço retornar à minha casa justamente no instante em que devo deixá-la.

No entanto, aqui estou. Absorvo tudo que está ao meu redor, tudo que aprendi até agora.

Exemplo disso é minha postagem de hoje. Meu primeiro poema escrito em língua italiana é, talvez, um tanto quanto ingênuo e, quem sabe, com imperfeições seriamente consideráveis.

Contudo, aqui está, porque não tenho medo!


Rubati

Immensi
Oscuri
Intorpiditi
Come i pensieri rubati
Immersi
nelle notti di pioggia
Siamo fatti di luoghi segreti.
(Tradução: Imensos/ Obscuros/ Entorpecidos/ Como os pensamentos roubados/ Imersos/ nas noites de chuva/ Somos feitos de lugares secretos.)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Atualização do blog

Informo que este blog está passando por um processo de reestruturação e atualização. Peço desculpas pelas ausências e por qualquer transtorno que, de alguma forma, posso ter causado a você, leitor.

Agradeço imensamente as visitas, e-mails e comentários que tenho recebido e informo que no próximo ano retornarei com muitas novidades.



Desejo antecipadamente (ou não!) um feliz natal e grandioso ano novo a todos, com o auxílio da minha mais nova "mascote", aquela que tem roubado minhas noites de sono, mas que vem me fazendo muito feliz!



Os meus votos de um 2011 repleto de poesia e caos!

Feliz Natal!
Merry Christmas!
Feliz Navidad!
Buon Natale!
Joyeux Noël!



sábado, 4 de setembro de 2010

Vencedores do 2º Concurso da Oficina Literária Verso e Prosa

Após criterioso trabalho da Comissão Julgadora escolhida pelos membros da Oficina de Literatura Verso e Prosa, foram escolhidos os poemas vencedores da edição 2010 do nosso concurso de poesia.
Anteriormente, devemos fazer os nossos agradecimentos a todos os que colaboraram e participaram, tornando mais uma vez este evento possível.
A premiação será realizada no dia 8 de setembro, às 19h, na Biblioteca Pública de Campo Largo, Pr.
A instituição entrará em contato com os vencedores a partir da próxima segunda-feira (dia 6 de setembro), por telefone ou e-mail, para discutir a forma de entrega dos prêmios.

Segue a relação dos vencedores.

Concurso Nacional

1º Lugar
Rosana Banharoli – Santo André, SP
"Para sempre juntos"

2º Lugar
Ana Cristina Mendes Gomes – São Pedro da Aldeia, RJ
"Adágio ensolarado"

3º Lugar
Roque Aloísio Weschenfelder – Santa Rosa, RS
"Sacrálize"


Concurso Campo Largo

1º Lugar
Arai Terezinha Borges dos Santos
"Resistência"

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Acalanto (versão mínima)

Day dream – Pino Daeni (pintura em óleo)

Sozinha,
dissimulando pranto,
o que ouço estendida à cama:
insensato e doce acalanto.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Leonardo Da Vinci's Musical Gifts and Jewish Connections

CNN entrevista Giovanni Maria Palla sobre sua obra Leonardo Da Vinci's Musical Gifts and Jewish Connections.

Descubra os segredos de uma das obras de arte mais admiradas no mundo.


segunda-feira, 26 de julho de 2010

Noite

Iman Maleki – Jovem na janela –óleo sobre tela


Um sopro corre à janela
balança uma cortina velha
lembrando suspiros perfumados
de uma alma que ama

E eu, deitada à cama,
observo o deleite alheio
dos enamorados e seus abraços
que se prometem sol e lua

E quanto a mim que não amo
ora, se amo!
este céu negro sussurra
caminha e esquece o pranto

E as estrelas, tão pequeninas,
lacrimejam pura faiança
Oh, noite, não me maltrates
sou apenas uma criança.

Gostaria de compartilhar este que foi um de meus primeiros poemas, talvez movido pela paixão febril da imaturidade na escrita, mas cuja docilidade ainda me acompanha.