quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

NAÏF: A ARTE NASCE TAMBÉM DA SIMPLICIDADE





A arte intitulada Naïf surge da espontaneidade, do fazer artístico desprovido de qualquer técnica ou escola. As pinturas Naïf surgem da criatividade e sensibilidade do artista, de imagens do cotidiano transformadas. Este estilo se assemelha à produção infantil e primitiva, o que não significa que com eles possa ser confundida.
Por muitos anos o Naïf foi considerado uma arte menor devido ao seu desajuste no desenho e na perspectiva, no uso das cores sem grandes nuances.
O grande precursor deste tipo de arte foi Henri Rousseau (1844-1910), cuja primeira exposição recebeu vários ataques da crítica por não possuir preocupação com as técnicas elementares do desenho.
Homem de pouca instrução e formação em pintura, Rousseau acabou recebendo mais tarde a admiração de grandes nomes das artes como Pablo Picasso. Seu trabalho acabou por ser reconhecido, além de exercer grande influência sobre o Surrealismo.
A inspiração Naïf surge basicamente da iconografia popular de velhos livros, ilustrações religiosas, ou até mesmo os chamados "santinhos".

Características gerais:
· Composição plana, bidimensional, tende à simetria e a linha é sempre figurativa
· Não existe perspectiva geométrica linear.
· Pinceladas contidas com muitas cores.

Por ter se tornado tão popular, o Naïf acabou, ironicamente, se tornando uma espécie de escola, na qual é possível separar os bons dos "pseudo" trabalhos.

A Galeria Jacques Ardies especializada em arte naif brasileira, iniciou suas actividades em 1979. No seu website escreve:
"A arte naif é uma criação artística instintiva e espontânea realizada por pintores autodidatas que sentem uma impulsão vital de contar suas experiências de vida. Podemos dizer que desde o início dos tempos, quando o homem sentiu a necessidade de criar algo com o único intuito de se deleitar, surgiu a arte naif; assim sendo, ela encontra-se presente ao longo da história da humanidade, pelas mãos de indivíduos que, alheios aos movimentos artísticos, sociais e culturais de sua época, criam unicamente movidos por suas emoções. A denominação “Arte naif” (aplicada para designar um certo grupo de pintores) como utilizamos atualmente, surgiu no fim do século XIX, com a aparição do pintor francês Henri Rousseau no “Salão dos Independentes”, em Paris. Atualmente podemos dizer que o Brasil é um dos grandes representantes da arte naif mundial. Por ser um país de imensos contrastes, com uma cultura resultante do amálgama de inúmeras outras (a africana, a européia e a indígena), ele é um canteiro fértil para o surgimento e desenvolvimento dessa forma de expressão artística. Apesar desse imenso potencial, somente na década de 50, o Brasil começou a dar atenção a esse grupo de artistas, com as primeiras exposições de Heitor dos Prazeres, Cardosinho, Silvia de Leon Chalreo e José Antonio da Silva. Depois desse início, as décadas de 60 e 70, vão conhecer uma verdadeira explosão de pintores naifs brasileiros, tais como: Ivonaldo, Isabel de Jesus, Gerson Alves de Souza, Elza O . S., Crisaldo de Moraes, José Sabóia e muitos outros que juntamente com seus predecessores, estão presentes em nosso acervo. A arte naif é simples, pura, autêntica e não exige prévios conhecimentos intelectuais e artísticos para ser compreendida, chega direto ao nosso coração e toca nossa alma sem subterfúgios, somente ultrapassando o filtro de nossas emoções. A Galeria Jacques Ardies convida-o a se deixar contagiar por esse mundo de luzes, cores e alegria oferecido por seus artistas."
FONTES: Ilustração 1: "Soltando Balão" 50x60 Airton das Neves
Ilustração 2: "Flor do Campo" 50x60 Malu Delibo
Ilustração 3: "O Violeiro" 50x60 Ernane Cortat

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