Este corpo que se estende
à terra molhada
faz sorrir as dobras
do vestido umedecido.
A face presenteada
por uma funesta lágrima
mira o céu
por um triste sol
aquecido.
O desejo reprimido
crava-se aos dedos
com escárnio
em suplicante análise
das dimensões do túmulo.
Como se pode ser mulher assim?
Telúrica
num sono indolente
num corpo enfermo
em delírio pungente
tentando explicar-se inutilmente
Está morta
atingida por uma doença qualquer
após percorrer seus meandros
após descobrir que ser livre
não basta
e rir dos rumores pedantes
e compreender
a imensidão incalculável
de uma alma ferida
que a arrastou para esta floresta
onde agora seus olhos queimam.
Ora tão sedenta de consolo
dança aos sons
da fúria
segura de sua plenitude
Transfigura-se brevemente
etérea
acariciada pelo ar febril
enlouquecida
a sussurrar uma vontade conturbada
seu corpo
é cor
e gosto
e sons
E não se importa mais
em desconhecer-se
Entrega-se à impiedade
dos ventos,
selvagem.
à terra molhada
faz sorrir as dobras
do vestido umedecido.
A face presenteada
por uma funesta lágrima
mira o céu
por um triste sol
aquecido.
O desejo reprimido
crava-se aos dedos
com escárnio
em suplicante análise
das dimensões do túmulo.
Como se pode ser mulher assim?
Telúrica
num sono indolente
num corpo enfermo
em delírio pungente
tentando explicar-se inutilmente
Está morta
atingida por uma doença qualquer
após percorrer seus meandros
após descobrir que ser livre
não basta
e rir dos rumores pedantes
e compreender
a imensidão incalculável
de uma alma ferida
que a arrastou para esta floresta
onde agora seus olhos queimam.
Ora tão sedenta de consolo
dança aos sons
da fúria
segura de sua plenitude
Transfigura-se brevemente
etérea
acariciada pelo ar febril
enlouquecida
a sussurrar uma vontade conturbada
seu corpo
é cor
e gosto
e sons
E não se importa mais
em desconhecer-se
Entrega-se à impiedade
dos ventos,
selvagem.
Poema: Jaqueline Nascimento